Depois de 2017, as rodovias administradas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) passaram a ser dimensionadas de acordo com um novo método de pavimentação asfáltica. A metodologia, desenvolvida por meio de uma parceria entre o órgão, a COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) e a Rede Temática de Asfaltos, é uma atualização da técnica utilizada no Brasil, ainda da década de 1960, e inclui tecnologias já adotadas pelas rodovias concedidas.
O método antigo previa apenas o uso do asfalto puro na pavimentação das rodovias nacionais. Tecnologias mais avançadas, como asfaltos de borracha e modificados por polímeros, não eram consideradas. Além disso, as diferentes condições climáticas do Brasil também não eram observadas. Outro ponto essencial é que a técnica não previa o surgimento de possíveis rachaduras e trincas com o passar dos anos. A partir da implementação da nova metodologia do DNIT, todas essas variáveis são mensuradas.
De acordo com a coordenadora do Instituto de Pesquisas Rodoviárias, Luciana Nogueira Dantas, o grande diferencial do método é o dimensionamento das rodovias de acordo com avanços tecnológicos e com a realidade brasileira.
Como o método foi desenvolvido
Em 2009, a Rede Temática de Asfaltos, formada por várias universidades e pelo Instituto de Pesquisas Rodoviárias, iniciou um novo projeto financiado pela Petrobras. Assim, pavimentou trechos entre 200 e 300 metros em rodovias de todo o país e utilizou diferentes tipos de soluções para monitorar o desempenho de cada um deles em situações climáticas distintas.
A partir desse monitoramento, desenvolveu o método. “Trata-se de uma ferramenta que consegue auxiliar na escolha do melhor tipo de ligante que deve ser colocado em cada situação específica”, explica a coordenadora. Segundo ela, a ferramenta, que pode ser utilizada tanto para o dimensionamento de novas rodovias quanto para as antigas, especifica a espessura necessária de camada de revestimento asfáltico a ser utilizada, o tipo de revestimento que apresentará melhor desempenho, além de mensurar em quanto tempo as fissuras vão surgir.
Conforme o DNIT, embora o custo para a implementação de novas tecnologia seja maior, a vida útil do pavimento também aumenta e a necessidade de manutenção, consequentemente, decresce.
Fonte: Confederação Nacional do Transporte.